quarta-feira, 9 de novembro de 2011

LUDIANA E CÉSAR

COFRE DAS CITAÇÕES QUE PODEMS SER ÚTEIS (OU NÃO)


“A possibilidade de ingerir sobre as políticas de comunicação na saúde, que seria o mais alto grau desse direito reivindicado, deveria se beneficiar do mesmo princípio que no SUS rege o controle social. Esta é uma compreensão ainda incipiente, mas nos permite trazer aqui a ideia de que políticas de comunicação, como de resto as demais políticas públicas, são públicas não só pelos objetivos que perseguem, mas por considerar e negociar com a pluralidade de interesses existentes na sociedades” (Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).

“Os determinismos sociais não informam jamais o corpo de maneira imediata, por meio de uma ação que se exerceria diretamente sobre a ordem biológica sem a mediação do cultural que os re-traduz e os transforma em regras, em obrigações, em proibições, em repulsas ou desejos, em gostos e aversões” (Boltanski, L. As classes sociais e o corpo. Rio de Janeiro: Graal, 1979).
“Introduzindo a cultura na definição do conceito de saúde, a visão qualitativa demarca um espaçamento radical: ela amplia e contém as articulações da realidade social. Pensada assim, cultura não é apenas um lugar subjetivo, ela abrange uma objetividade com a espessura que tem a vida, por onde passa ao econômico, o político, o religioso, o simbólico e o imaginário. Ela é o locus onde se articulam os conflitos e as concessões, as tradições e as mudanças e onde tudo ganha sentido, ou sentidos, uma vez que nunca há nada humano sem significado e nem apenas uma explicação para os fenômenos” (Minayo, M.C.S. O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em saúde. – 12. ed. – São Paulo: Hucitec,2010).
“O estrutural-funcionalismo tem marcado a linha do conhecimento dos grupos étnicos e sociais a partir da antropologia, sobretudo vinculado à “medicina tropical” e como subsídio às “ciências da conduta” (Nunes, E.D. (org.). - . As ciências sociais em saúde na America Latina. Washinton: Opas, 1985). - . Sobre a sociologia da saúde. São Paulo: Hucitec, 1999). Seu enraizamento no campo da saúde, evidencia , entre outras questões, o fato de que as próprias bases do funcionalismo se espelham no modelo biológico como metáfora da sociedade” (Minayo, M.C.S. O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em saúde. – 12. ed. – São Paulo: Hucitec,2010).
“Proposições da política de atenção primaria. De autocuidado, revalorização da medicina tradicional comunitária e de certos grupos de investigação e de pesquisa participante em saúde reverberem as influências fenomenológicas” (Nunes, E. D. As ciências sociais em saúde na America Latina. Washinton: Opas, 1985; Garcia, J. Medicina e sociedade: as correntes de pensamento no campo da saúde. In: E. D. Nunes (org.). Medicina social: aspectos históricos e teóricos. São Paulo: Global, 1983).

“Observa-se que, possivelmente em conseqüência dessa falta de problematização, os conceitos de comunicação e informação são definidos muito mais pela perspectiva instrumental e prescritiva do que pela perspectiva dialógica, como seria de supor se levarmos em conta a história e a profunda vocação popular e democrática do SUS.
Analisando os três termos utilizados, comunicação, informação e participação, observaremos que os dois primeiros constituem o horizonte da operacionalização do terceiro termo (participação). Dessa expectativa supõe-se que a comunicação e a informação são entendidas como variáveis que podem interferir nas relações sociais e contribuir para viabilizar os esforços de uma política pública para a saúde, na perspectiva da participação popular. Nesse contexto, a comunicação e a informação são respostas funcionais aos problemas de implementação e funcionamento do sistema de saúde” (Oliveira, V. C.
Comunicação, informação e participação popular nos Conselhos de Saúde. Saúde e Sociedade. São Paulo, vol.13, no.2, p.56-69, 2004. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902004000200006&script=sci_arttext.  Acesso em 03 de Outubro de 2011).

O conhecimento assim produzido pode integrar não apenas produção gerada a partir da pesquisa experimental, como da pesquisa quantitativa (epidemiológica, demográfica), qualitativa, e das pesquisas aplicadas, como no planejamento. Pode integrar também conhecimento gerado a partir da prática vivenciada pelas populações ou por usuários de serviços (ou pacientes), superando assim a clivagem senso comum × ciência, típica da modernidade. Esse terceiro modelo ou paradigma é muito recente, mas está atuante e em ascensão no campo da Saúde Coletiva” (Luz, M. T. Complexidade do Campo da Saúde Coletiva: multidisciplinaridade, interdisciplinaridade, e transdisciplinaridade de saberes e práticas análise sócio-histórica de uma trajetória paradigmática. Saúde e Sociedade. São Paulo, vol.18, no.2, p.304-311,2009. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v18n2/13.pdf. Acesso em 03 de outubro de 2011).

Temos que dizer que é um ‘sábio-ignorante’, coisa extremamente grave pois significa que é um senhor que se comporta em todas as questões que ignora, não como um ignorante, mas com toda a petulância de quem, na sua especialidade, é um sábio” (GASSET, O. La rebelion de las massas. Madrid: Revista de Occidente, 1970. 1. ed. 1929. In: Pombo, O. Interdisciplinaridade e integração dos saberes. Liinc em Revista, v.1, n.1, março 2005, p. 3 -15. Disponível em http://revista.ibict.br/liinc/index.php/liinc/article/viewFile/186/103. Acesso em 03 de outubro de 2011).

Snow reencontra essa ruptura no seu tempo, em termos de diagnóstico, na existência de duas culturas que deixaram de se comunicar “De um lado, os intelectuais literatos, do outro os cientistas. Entre os dois um hiato mútuo de incompreensão e, às vezes, particularmente entre os jovens, de hostilidade”. (...)Diz ele: “os cientistas nunca leram uma obra de Shakespeare e os literatos não conhecem a segunda lei da termodinâmica”. Cada grupo desconhece e ignora o que o outro faz, chegando mesmo, em alguns casos, a considerar que o que o outro grupo faz não tem qualquer interesse” (SNOW, C. P. The two cultures and a second look: an extended version of the two cultures and the scientific revolution. London: Cambridge University Press, 1964. In: Pombo, O. Interdisciplinaridade e integração dos saberes. Liinc em Revista, v.1, n.1, março 2005, p. 3 -15. Disponível em http://revista.ibict.br/liinc/index.php/liinc/article/viewFile/186/103. Acesso em 03 de outubro de 2011).

“Levi-Strauss (1963) também evidenciou que uma representação especifica tão forte e enraizada na cultura como a de saúde/doença manifesta, vigorosamente, concepções da sociedade como um todo. Cada sociedade tem um discurso sobre saúde/doença e sobre o corpo,diz ele, que corresponde à coerência ou às contradições de sua visão de mundo e de sua organização social. Dessa forma, além de ser capaz de criar  explicações peculiares sobre o fenômenos de adoecimento e da morte, as categorias saúde/doença devem ser consideradas janelas abertas para compreensão das relações entre os indivíduos e a sociedade e entre as instituições e seus mecanismos de direção e controle” (Levi-Strauss, C. Structural Anthropology. Nova York: Basic Books, 1963. In: Minayo, M.C.S. Contribuições da antropologia para pensar e fazer saúde. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec-FIOCRUz, 2009).

Todos nos levam a concluir que existe uma ordem abrangente de significações culturais que informam olhar lançado sobre o corpo que adoece e que morre. A linguagem da doença não é, somente, linguagem em relação ao copo, mas linguagem que se dirige à sociedade e às relações sociais de forma histórica. Seja qual for a dinâmica efetiva do “ficar doente” no plano das representações, o individuo julga seu estado, não apenas por manifestações intrínsecas, mas a partir de seus efeitos:  ele busca no médico (ou no correspondente a ele em cada sociedade) a legitimidade da definição de sua situação. Uma vez aceito e compreendido como doente, ele tem atitudes e comportamentos peculiares em relação a seu estado e assim se torna doente para o outro” (Minayo, M.C.S. Contribuições da antropologia para pensar e fazer saúde. In: Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec-FIOCRUz, 2009).

 “Existe um projeto utópico, diz Sfez (1997), que tenta combinar uma concepção ecológica próxima à moral puritana com a ideia de saúde individual garantida geneticamente, redefinindo o conceito de saúde pública como a soma das saúdes individuais perfeitamente equilibradas pelo poder tecnológico. Esse movimento de elites que se apóia no mito da imortalidade, potencializado pela sinergia entre o medo da morte, a fé na ciência e nas técnicas, o ideal da eterna juventude e os reais avanços da genômica” (Sfez, L. La santé parfaite. Critique d’une ouvelle utopie. Paris: Seuil, 1997. In: Minayo, M.C.S. Contribuições da antropologia para pensar e fazer saúde. In: Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec-FIOCRUz, 2009).

“Aumentou o numero de categorias  profissionais necessárias para atender às necessidades de qualidade de vida das populações. Concomitantemente vêm ocorrendo inovações e mudanças no modelo médico assistencial, deslocando a velha proposta hospitalocêntrica e dando lugar a um paradigma de atenção universalizada, por força da lei que criou o Sistema Único de Saúde e por meio de estratégias como “Saúde da Família”. Ao mesmo tempo que se vai produzindo uma transição dos agravos à saúde e das lentas respostas políticas e de gestão do sistema público, cresceram e se aprofundaram a descrença e a critica da população à prática médica que lhe é oferecida” (Minayo, M.C.S. Contribuições da antropologia para pensar e fazer saúde. In: Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec-Fiocruz, 2009). 

“Para além de uma determinada leitura que percebia na medicina apenas uma vertente econômica, quer pelo aspecto de manutenção da força de trabalho, quer pela relação com o chamado complexo médico-industrial como eixo de acúmulo de capital, a partir de Foucault é possível perceber uma outra dimensão: a do poder disciplinar da medicina como parte integrante do campo do poder na sociedade. Quer pelo mascaramento dos conflitos sociais pela sua redução a “problemas médicos”, quer pela normalização de corpos dóceis pelas práticas sanitárias, aquilo que veio a ser denominado genericamente “medicalização” revelou-se uma potente categoria para a pesquisa em ciências sociais na área de saúde” (Camargo Jr., K. R. Medicina, medicalização e produção simbólica. In:Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Boa parte dos equívocos da medicina ocidental prende-se precisamente ao fato de se ter deixado dominar pela miragem da técnica onipotente, pondo de lado tudo aquilo que, por ser subjetivo, mutável, complexo, infinitamente variável não é cientifico – precisamente os atributos que talvez melhor caracterizem nossa humanidade” (Camargo Jr., K. R. Medicina, medicalização e produção simbólica. In:Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“De um modo geral, com as exceções de praxe, a formação médica aponta para um reprodutor de técnicas e não um produtor de conhecimentos. Isto é particularmente visível no que diz respeito à terapêutica; gerações de acadêmicos de medicina tiveram seu repertório terapêutico moldado pelas legiões de “representantes” da indústria farmacêutica, com suas malas pretas e seus discursos padronizados. Esta é outra limitação à pretensa onipotência social da medicina, na medida em que o próprio núcleo do saber médico é, em larga medida, superdeterminado. Isto é ainda mais critico no caso de países como o nosso, sem maior expressão do pondo de vista da pesquisa médica” (Camargo Jr., K. R. Medicina, medicalização e produção simbólica. In:Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).


“É também a esta questão que se refere Giddens (1991), quando nos diz que as tecnologias mecanizadas de comunicação são tributárias de um processo que gradativamente influenciando a direção da modernidade e que, nestes últimos anos, tem colocado ao alcance do homem um potencial de comunicação e de acesso a bens e serviços nunca dantes visto. E poucos perguntaram se os homens estão se comunicando mais uns com os outros. Da mesma forma que poucos perguntaram em que grau a tecnologia e as técnicas em saúde têm contribuído para melhorar efetivamente a saúde publica e em que medida o desenvolvimento tecnológico efetivamente contribuiu para melhorar o meio ambiente social e natural” (Oliveira, V. C. Os mídias e a mitificação das tecnologias em saúde. In: Giddens, A. As conseqüências da modernidade. São Paulo: Unesp, 1991. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Com a luta mais geral que se travou pela hegemonia setorial no decorrer do período estudado, e que colocou, de um lado, um projeto publicista de caráter social-democrata que exigia a saúde como direito da cidadania e, de outro, uma proposta de inspiração liberal que reclamava espaços de mercado para a produção e consumo de serviços de saúde” (Magajewski, F. L. Hegemonização do discurso neoliberal no setor saúde em Santa Catarina: aproximações ao papel da imprensa como ator. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“A atenção primária de saúde implementada de forma isolada representaria, quase sempre, a prática de sistemas diferenciados para diferentes clientelas, ao mesmo tempo em que  são soluções que se compatibilizam muito bem com as propostas de retração dos gastos sociais” (Magajewski, F. L. Hegemonização do discurso neoliberal no setor saúde em Santa Catarina: aproximações ao papel da imprensa como ator. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“O conceito de Reforma Sanitária refere-se a um processo de transformação de norma legal e do aparelho institucional que regulamenta e se responsabiliza pela proteção a saúde dos cidadãos e corresponde a um efetivo deslocamento do poder político em direção às camadas populares, cuja expressão material se concretiza na busca do direito universal à saúde e na criação de um sistema único de serviços sob a égide do Estado” (Magajewski, F. L. Hegemonização do discurso neoliberal no setor saúde em Santa Catarina: aproximações ao papel da imprensa como ator. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Entender e incluir comunicação como parte estratégica do projeto institucional e administrativo de uma organização depende, em primeiro lugar, de uma decisão política de seus dirigentes” (Weber, M. H. Comunicação: Estratégia vital para a saúde. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“A partir da década de 70 o campo da administração sanitária passa a incorporar inovações como o “ajuste da linguagem” à “população-alvo” uma forma de conferir mais eficácia aos procedimentos de transferência de informações a indivíduos ou grupos sociais. Objetivo: “modificar o comportamento individual e da comunidade no sentido de adotarem hábitos e práticas que assegurem a promoção e a manutenção da saúde” (Pita, A. M. R. Interrogando os campos da saúde e da comunicação: notas para o debate. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Assim, se a epidemiologia oferece dados, a partir dos quais se constroem normas, prioridades, metas e hipóteses inferenciais para a definição do “eixo” das mensagens e dos grupos sociais a serem “atingidos”, as ciências sociais e da comunicação passam a se encarregar do desenho de traços culturais – comportamento, hábitos -, tomados como matéria prima para a definição de linguagens utilizadas nas mensagens massivas e no trabalho educativo face-a-face” ((Pita, A. M. R. Interrogando os campos da saúde e da comunicação: notas para o debate. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“É Goldberg que nos chama a atenção sobre o risco deste processo de indiferenciação e artificialização, que acontece ao se ignorar a existência d relações sociais, nas quais os comportamentos, as representações, os saberes e os modos de vida são concretamente produzidos. (...) Da mesma forma, o autor chama a atenção para o fato de que os fatores de risco, tomados como fenômenos isolados e independentes uns dos outros, acabam gerando ações pontuais “fator por fator”. Uma “disjunção”, como sugere, que “isola os objetos não somente uns dos outros, mas também do seu ambiente e do seu observador”, desconsiderando inter-relações – o que pode, segundo o autor, explicar o fracasso de um grande número de programas preventivos” ((Pita, A. M. R. Interrogando os campos da saúde e da comunicação: notas para o debate. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

”O sentido dos discursos e as práticas sociais seriam, desta forma, construídos “em situação”, não existindo possibilidade de transposição ou transferência” ((Pita, A. M. R. Interrogando os campos da saúde e da comunicação: notas para o debate. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“A invisibilidade pública das pautas e decisões dos conselhos de saúde é apontada como um dos seus problemas centrais. Em sua maioria, os conselhos não desenvolvem estratégias de comunicação, perdendo assim a possibilidade de exercer o papel de “caixa de ressonância” das demandas sociais em seu espaço de atuação política: uma questão intimamente associada às restrições do exercício do direito à comunicação no País, dado o grau de monopolização e privatização dos meios de comunicação de massas” ((Pita, A. M. R. Interrogando os campos da saúde e da comunicação: notas para o debate. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Em outras palavras: a saúde dispõe, ao longo da história, de uma tradição pela qual suas práticas e políticas específicas estão sempre mescladas ou perpassadas pela contribuição comunicativa. Há, no campo da saúde, esforços e iniciativas voltadas para a produção de reflexões sobre o campo da comunicação, mediante a produção de mapeamentos de documentação produzida ao longo dos anos e identificação de matrizes comunicacionais que subsidiam as práticas” (Neto, A. F. Percepções acerca dos campos da saúde e da comunicação. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Ao lado do funcionamento das chamadas “assessorias de relações públicas e/ou de comunicação social” – responsáveis pela criação de “imagens favoráveis às decisões macropolíticas de Estados -, temos também o processo de institucionalização e de tessitura de políticas de comunicação, voltadas para o estabelecimento de novas relações entre as instituições encarregadas destas políticas e seus diferentes usuários” (Neto, A. F. Percepções acerca dos campos da saúde e da comunicação. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Apontar para um certo consenso: o reconhecimento da comunicação como um parceiro estratégico, seja na constituição do campo, seja no fomento de ações e de políticas” (Neto, A. F. Percepções acerca dos campos da saúde e da comunicação. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Também a intensidade com que se denuncia o formato das chamadas assessorias de comunicação e o aparentemente desengajamento dos seus funcionários (jornalistas, publicitários, planejadores etc) deve ultrapassar esta dimensão, pois entende-se que, ao lado do diagnostico do problema, são muito tímidas as tentativas de se desenhar novos formatos destes serviços, inclusive a capacitação dos seus quadros segundo novas configurações” (Neto, A. F. Percepções acerca dos campos da saúde e da comunicação. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Dodd desenvolveu um modelo para o estudo dos passos sucessivos do processo, pelo qual se espera que os receptores originais da mensagem transmitida em massa, ou os “conhecedores”, transmitam aos outros, os quais em troca se tornem “conhecedores” e contem para outros ainda, e assim por diante. De importância central são os estudos conduzidos por Lazarsfeld, que caracterizam o fluxo de influencia (no comportamento eleitoral, no consumo, na seleção de programas cinematográficos e similares) através da estrutura social, na qual o receptor está mergulhado. Katz, por exemplo, fala de “totalidade de indivíduos interconectados, através dos quais a comunicação de massa é canalizada, repondo assim a imagem tradicional da audiência como “uma massa de indivíduos desconectados, ligados aos media, mas não entre si. Esses estudos investigaram um “fluxo de influencias em duas escalas”, do comunicador de massa ao “líder de opinião” e deste para os outros membros do grupo. Merton elaborou sua noção de líderes de opinião como receptores comparando a exposição dos mass-media dos indivíduos “influenciantes locais”, que não o centro de relações primário-grupais dentro da comunidade, e os “inlfuenciantes cosmpolitas”” (Riley Jr., J.W; Riley, M.W. A comunicação de massa social e o sistema social. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“A nova orientação, que com certeza foi até agora formulada diversamente, pode talvez ser descrita de uma maneira confessadamente simplificada, como um afastamento do conceito de “efeito hipodérmico”, no sentido de um enfoque que pode ser chamado “situacional”, “fenomênico” ou “funcional”” (Klapper, J. T. Os efeitos da comunicação de massa. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“A comunicação de massa geralmente não atua como uma causa necessária e suficiente dos efeitos de audiência, mas sim funciona entre e através um nexo de fatores e influencias mediadoras” (Klapper, J. T. Os efeitos da comunicação de massa. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“Na medida em que os meios de comunicação têm exercido uma influencia sobre seus públicos, este fato deve-se não apenas ao que é expresso, mas sobretudo ao que não é expresso nem dito de forma explícita.  Os meios de comunicação, além de reiterar a ordem vigente, recusam-se a levantar as questões essenciais no tocante à estrutura social. Assim, enfatizando o conformismo e oferecendo bases restritas a uma avaliação crítica da sociedade, esses meios, sob patrocínio comercial, restringem, indireta mas efetivamente, o desenvolvimento obrigatório de uma concessão genuinamente crítica” (Lazarsfeld, P.F; Merton, R. K. Comunicação de massa, gosto popular e ação social organizada. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“As ideias de ordem que ela inculca são sempre as do status-quo . Elas são aceitas sem objeção, sem analise, renunciando à dialética, mesmo quando elas não pertencem substancialmente a nenhum daqueles que estão sob a sua influência. O imperativo categórico da indústria cultural, diversamente do de Kant, nada tem em comum com a liberdade” (Adorno, T. W. A indústria cultural. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“Ela impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente. Mas estes constituem, contudo, a condição prévia de uma sociedade democrática, que não se poderia salvaguardar e desabrochar senão através de homens não tutelados” (Adorno, T. W. A indústria cultural. Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“O ecumenismo de McLuhan, anunciado na sua antecipação de um mundo tornado comunitário pela ação instantânea e onipresente dos meios de comunicação eletrônicos, tem o seu fascínio último no fato de ser controlável” (Cohn, G. O meio é a mensagem: análise de McLuhan. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).
“O grupo de referência não é necessariamente aquele do qual o indivíduo é membro formal. É o grupo com o qual ele se identifica, aquele cujas normas fornecem o quadro de referência para avaliação de ideias e a tomada de decisões. Do ponto de vista motivacional, o grupo de referência fornece apoio social à pessoa, e, do ponto de vista cognitivo, ele satisfaz às suas necessidades de apreciação de objetos e de estrutura mental” (Katz, D. Formação de atitude e opinião pública. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).
“Deve-se, portanto, estudar as práticas cotidianas dos usuários segundo uma lógica de produção ou apropriação e não mais segundo uma lógica de reprodução” (Mattelart, A. Comunicação-mundo: história das ideias e das estratégias. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994).
“O ato social consiste em “ler” as ações e intenções do outro e em responder de modo apropriado. Assim sendo, os signos usados devem possuir um significado compartilhado pelos indivíduos na sociedade, como um símbolo significante, que são fundadas a partir de sentidos compartilhados, ou seja, sob a forma de compreensões e expectativas comuns mediadas por signos lingüísticos” (Oliveira, V. C. Comunicação, mediação e vinculação social. Texto inédito. Fev/2011).
“Imaginemos uma sala – metáfora apropriada e adaptada de Gonçalves (1996) a respeito da cultura, que por sua vez inspirou-se em Kenneth Burke -, onde muitos já conversam quando entramos” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).


“Um dos riscos que corremos sempre, quando trabalhamos com uma perspectiva conflitual da sociedade, é considerar que forças centrípetas e centrífugas caracterizam-se claramente como opostas e antagônicas. Seria um grande engano dicotomizar assim a prática social e a luta por hegemonia, Nem as práticas sociais são isentas de contradições, nem os discursos são os espaços fechados. Inversamente, são porosos, em permanente processo de reconfiguração, num movimento afetado por tensões, acordos, rupturas, mediações de toda ordem, entre outras, da ordem tecnológica, das relações, das competências, das discursividades e dos sistemas de nomeações, das normas e convenções e dos interesses (Araújo, 2002a)” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).

“Podemos mesmo afirmar que as redes também são potencialmente lugar de mudanças, mas certamente estas não se dão automaticamente, só por se estar em rede” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).

”As relações em redes virtuais estão dadas e demarcadas pelas que ocorrem nos territórios concretos” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).

“Podemos dizer que, muito mais que buscar ou aperfeiçoar modos de transferência de conhecimentos e ao contrário do que centrar os esforços na busca de estratégias de convencimento e persuasão quanto a comportamentos e atitudes a serem adotados, o campo da comunicação pode e deve contribuir para a produção  de um novo conhecimento, mais contemporâneo, sobre os processos e as práticas sociais de produção e circulação dos sentidos da saúde e as formas de apropriação das políticas publicas pela população” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).

“O conceito de lugar de interlocução pode ser de valia para o planejamento, porque referencia posições que não só refletem relações de poder, mas que moveis, sujeitas a lutas e negociações” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).

Referência bibliográfica:

1-      Kosik, K. Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969
2-     
3-      Spink, M. J. (org.). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2004.
4-      Thompson, J. B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. Tradução de Wagner de Oliveira Brandão; revisão da tradução: Leonardo Avritzer. 11.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

OS PERSONAGENS DA MINHA HISTÓRIA

Hoje, quero contar a história de dois personagens sobre os quais muito falamos e estudamos, mas ainda pouco sabemos sobre eles.
É que sempre os vemos separados, cada qual a buscar em si o que só poderia encontrar no outro. Incompletos, insatisfeitos, ardentes de desejo.
Não sei se já descobriram os nomes, quero aqui apresentar os nossos dois personagens: Senso Comum e Conhecimento Científico.
E ainda existe uma terceira e poderosa pessoa, cujo nome é Metodologia Científica. Essa sim,durona, e sempre a bradar, sussurrar e avisar a ambos: “a sua aproximação é no máximo de alguns poucos metros, vocês não podem se tocar, caso de morte, pega doença, temos que ter muito cuidado!”
Segue a vida. Dona Metodologia dona do pedaço, os dois incompletos de cada vida a cuidar. Senso comum vai ao bosque, come maças, deita-se na terra, dorme com os bichos, pesca, cata, dança na chuva. Oh, que parece quase bicho do mato!
Conhecimento Científico quase não sai de casa. Nas leituras, sempre. Refleti sobre a vida, a morte da bezerra, os conflitos. É mais com ele que Dona Metodologia gosta de conversar. Vivem momentos de êxtase intelectual, pérolas da sanidade humana. Uma belezura que produzem juntos.
Mas conhecimento Científico já está meio de saco-cheio. Quer um pouco de ação, curtir a vida do jeito que der mesmo, sair por aí, por aí mesmo, sem nada para pensar, resolver - ou algum trabalho, artigo ou resenha para entregar. Simplesmente, viver!
Mas, desse relampejo, retorna os olhos para a sua mesa de estudo, onde livros se esparramam, pilhas e pilhas de papéis, cada um com mais ideias e conceitos. Todos se ligam, e várias ligações são possíveis. Cabe a ele pensar, achar as ilações, formular os encontros.
Ih! Quanta coisa, minha mente vai fundir, pensa. Resolve dar um tempo, vou dar uma volta no Bosque da Vida, enquanto Dona Metodologia tira uma soneca, cansada das investidas epistemológicas da noite anterior.
Ah, ver um pouco de natureza, respirar ar puro. “Daqui a pouco volto, tomo um banho e retomo os estudos”, pensou Conhecimento Científico.
Do outro lado do bosque, vinha, todo amarfanhado, Senso Comum, ainda secando da água da lagoa. Com os bolsos cheios de goiabinha verde, seriguela, cajá, fez uma sacola com a camisa, carregou-a com manguita, espada e coquinho, aquela do fiapinho.
De repente, avista ao longe um ser que ainda não conseguira divisar completamente. Parecia ser ele sim: Conhecimento Científico? Sim, o próprio!
E agora, o que fazer? Voltar, buscar outro caminho, ouvir os conselhos de Dona Metodologia. Senso comum sempre foi meio largado mesmo, tá nem aí pra nada. Que se dane. Vou na minha, ver o que vai dar.
Conhecimento Científico não se apercebeu de quem se aproximava. Como sempre, cismava sobre tudo, o olhar perdido, lembrando-se de conceitos, noções, agora, tudo plasmado naquele verde, naquela azul, no cheiro daquela terra.
Um graveto se quebra, alguém pisara bem perto!
“Olá”, disse Senso Comum.
Já não dava tempo de escapulir e Conhecimento Científico, de olhos arregalados, coração disparado, sorri. Estenderam-se as mãos.
Conhecimento Científico descobriu, então, que era branco, alvo como a alvura das folhas de papel que lia sem parar. E que Senso Comum era preto, do preto da tinta das letras. E então comentou:
“Você tem a cor do pensamento.”
Eu, a cor do pensamento? Gargalharam, os dois. Começara ali uma aproximação.
Volta e meia, Senso Comum e Conhecimento Científico, se encontravam, sempre às escondidas. Cada dia se descobrindo, vendo que tinham afinidades. Senso Comum enchia seu cesto de frutas, guloseimas e brinquedos para os dois se divertirem.
Conhecimento Científico jogava ali o que aprendia, às vezes, trazia um livro, outras, somente o que vinha mesmo à cabeça. Apelidaram aquele cesto de “Caixa de Pandora”, pelo que ensinou Conhecimento Científico, ela era como que um cadinho da cultura humana, pelo que ele entendeu, eles estavam fundindo, numa mesma panela um caldo infusão, uma mistura de tudo o que a humanidade aprendera consigo própria.
Hum, saboreavam: gostoso!
 Ali, sentados juntos, no Bosque da Vida, as frutas ganhavam um gosto diferente, parece que o sabor fluía, circundava o ambiente. Conhecimento Científico passou a entender que havia frutas para cada época, que a jabuticaba precisa da chuva, não muita ... Que sal na manga verde fica uma delícia, que rastro na terra é sinal de cobra por perto. A olhar para o céu e saber quando está para chover, a sentir que um perigo se aproxima...
Engraçado que sabia agora muito mais do que antes, mas não lera aquilo em nenhum lugar e nem poderia escrever tudo aquilo, era coisa demais para escrever. Não caberia em nenhum papel, por mais longo que fosse o livro. E ainda mais engraçado é que não sentia vontade alguma de escrever, queria apenas viver enquanto podia, cada momento, cada relance, cada movimento.
E foi num movimento que Senso Comum se aproximou dele como nunca antes fizera. Estava agora deitados, os dois, como nunca estiveram antes.
O mundo explodiu em cores, raios partiram. O planeta deu voltas, quantos livros poderiam ser escritos apenas sobre um facho de um segundo daquele momento.
Descobriram, Conhecimento Científico e Senso Comum, que eram hermafroditas. Um podia  penetrar o outro, a amor perfeito se fizera.
Ambos conheciam agora os seus mundos ocultos. Frutos híbridos no porvir. Maravilhas nunca dantes imaginadas prestes a brotar no seio de cada um deles, semeando-se um ao outro. Macho e fêmea, os dois, amantes para sempre, destemidos, inoculados pela força e a delicadeza do outro...
Foi, então, que Dona Metodologia acordou – dormira demais! Mais uma vez, Conhecimento Científico saíra. Iria tomar providências imediatas, não estava gostando nada daquilo!
Ninguém podia saber, mas ela, Metodologia Científica, a dona, a própria, de vez em quando, procurava um guru, um líder espiritual. Chamavam-no “Intuição”. Foi até sua casa e lá descobriu: sim, Conhecimento Científico e Senso Comum estavam juntos, no Bosque da Vida!
“Isso não vai ficar assim”, decidiu. Mas o que fazer? Como agir para separar novamente os dois?
Essa é uma história aberta, todos podem contribuir com a nossa Caixa de Pandora. Da sua atitude vai depender como a nossa história irá terminar. Não vamos deixar Dona Metodologia Científica decidir sozinha o final!
Visitem o meu blog, coloquem lá a sua sugestão. Do jeito que querem que o final aconteça. Vamos juntos escrever essa história do encontro inusitado do Senso Comum e do Conhecimento Científico, no Bosque da Vida.  
E aguardar as cenas dos próximos capítulos em Portfólio III, no ano que vem.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

CITAÇÕES QUE PODEM SER ÚTEIS


 “Deve-se, portanto, estudar as práticas cotidianas dos usuários segundo uma lógica de produção ou apropriação e não mais segundo uma lógica de reprodução” (Mattelart, A. Comunicação-mundo: história das ideias e das estratégias. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994).


“O grupo de referência não é necessariamente aquele do qual o indivíduo é membro formal. É o grupo com o qual ele se identifica, aquele cujas normas fornecem o quadro de referência para avaliação de ideias e a tomada de decisões. Do ponto de vista motivacional, o grupo de referência fornece apoio social à pessoa, e, do ponto de vista cognitivo, ele satisfaz às suas necessidades de apreciação de objetos e de estrutura mental” (Katz, D. Formação de atitude e opinião pública. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).
“Deve-se, portanto, estudar as práticas cotidianas dos usuários segundo uma lógica de produção ou apropriação e não mais segundo uma lógica de reprodução” (Mattelart, A. Comunicação-mundo: história das ideias e das estratégias. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994).


comum racional a ligá-los.





, de uma forma

 “Levi-Strauss (1963) também evidenciou que uma representação especifica tão forte e enraizada na cultura como a de saúde/doença manifesta, vigorosamente, concepções da sociedade como um todo. Cada sociedade tem um discurso sobre saúde/doença e sobre o corpo,diz ele, que corresponde à coerência ou às contradições de sua visão de mundo e de sua organização social. Dessa forma, além de ser capaz de criar  explicações peculiares sobre o fenômenos de adoecimento e da morte, as categorias saúde/doença devem ser consideradas janelas abertas para compreensão das relações entre os indivíduos e a sociedade e entre as instituições e seus mecanismos de direção e controle” (Levi-Strauss, C. Structural Anthropology. Nova York: Basic Books, 1963. In: Minayo, M.C.S. Contribuições da antropologia para pensar e fazer saúde. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec-FIOCRUz, 2009).

“Todos nos levam a concluir que existe uma ordem abrangente de significações culturais que informam olhar lançado sobre o corpo que adoece e que morre. A linguagem da doença não é, somente, linguagem em relação ao copo, mas linguagem que se dirige à sociedade e às relações sociais de forma histórica. Seja qual for a dinâmica efetiva do “ficar doente” no plano das representações, o individuo julga seu estado, não apenas por manifestações intrínsecas, mas a partir de seus efeitos:  ele busca no médico (ou no correspondente a ele em cada sociedade) a legitimidade da definição de sua situação. Uma vez aceito e compreendido como doente, ele tem atitudes e comportamentos peculiares em relação a seu estado e assim se torna doente para o outro” (Minayo, M.C.S. Contribuições da antropologia para pensar e fazer saúde. In: Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec-FIOCRUz, 2009).




“Aumentou o numero de categorias  profissionais necessárias para atender às necessidades de qualidade de vida das populações. Concomitantemente vêm ocorrendo inovações e mudanças no modelo médico assistencial, deslocando a velha proposta hospitalocêntrica e dando lugar a um paradigma de atenção universalizada, por força da lei que criou o Sistema Único de Saúde e por meio de estratégias como “Saúde da Família”. Ao mesmo tempo que se vai produzindo uma transição dos agravos à saúde e das lentas respostas políticas e de gestão do sistema público, cresceram e se aprofundaram a descrença e a critica da população à prática médica que lhe é oferecida” (Minayo, M.C.S. Contribuições da antropologia para pensar e fazer saúde. In: Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec-Fiocruz, 2009). 

“Para além de uma determinada leitura que percebia na medicina apenas uma vertente econômica, quer pelo aspecto de manutenção da força de trabalho, quer pela relação com o chamado complexo médico-industrial como eixo de acúmulo de capital, a partir de Foucault é possível perceber uma outra dimensão: a do poder disciplinar da medicina como parte integrante do campo do poder na sociedade. Quer pelo mascaramento dos conflitos sociais pela sua redução a “problemas médicos”, quer pela normalização de corpos dóceis pelas práticas sanitárias, aquilo que veio a ser denominado genericamente “medicalização” revelou-se uma potente categoria para a pesquisa em ciências sociais na área de saúde” (Camargo Jr., K. R. Medicina, medicalização e produção simbólica. In:Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Boa parte dos equívocos da medicina ocidental prende-se precisamente ao fato de se ter deixado dominar pela miragem da técnica onipotente, pondo de lado tudo aquilo que, por ser subjetivo, mutável, complexo, infinitamente variável não é cientifico – precisamente os atributos que talvez melhor caracterizem nossa humanidade” (Camargo Jr., K. R. Medicina, medicalização e produção simbólica. In:Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“De um modo geral, com as exceções de praxe, a formação médica aponta para um reprodutor de técnicas e não um produtor de conhecimentos. Isto é particularmente visível no que diz respeito à terapêutica; gerações de acadêmicos de medicina tiveram seu repertório terapêutico moldado pelas legiões de “representantes” da indústria farmacêutica, com suas malas pretas e seus discursos padronizados. Esta é outra limitação à pretensa onipotência social da medicina, na medida em que o próprio núcleo do saber médico é, em larga medida, superdeterminado. Isto é ainda mais critico no caso de países como o nosso, sem maior expressão do pondo de vista da pesquisa médica” (Camargo Jr., K. R. Medicina, medicalização e produção simbólica. In:Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).


“É também a esta questão que se refere Giddens (1991), quando nos diz que as tecnologias mecanizadas de comunicação são tributárias de um processo que gradativamente influenciando a direção da modernidade e que, nestes últimos anos, tem colocado ao alcance do homem um potencial de comunicação e de acesso a bens e serviços nunca dantes visto. E poucos perguntaram se os homens estão se comunicando mais uns com os outros. Da mesma forma que poucos perguntaram em que grau a tecnologia e as técnicas em saúde têm contribuído para melhorar efetivamente a saúde publica e em que medida o desenvolvimento tecnológico efetivamente contribuiu para melhorar o meio ambiente social e natural” (Oliveira, V. C. Os mídias e a mitificação das tecnologias em saúde. In: Giddens, A. As conseqüências da modernidade. São Paulo: Unesp, 1991. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Com a luta mais geral que se travou pela hegemonia setorial no decorrer do período estudado, e que colocou, de um lado, um projeto publicista de caráter social-democrata que exigia a saúde como direito da cidadania e, de outro, uma proposta de inspiração liberal que reclamava espaços de mercado para a produção e consumo de serviços de saúde” (Magajewski, F. L. Hegemonização do discurso neoliberal no setor saúde em Santa Catarina: aproximações ao papel da imprensa como ator. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“A atenção primária de saúde implementada de forma isolada representaria, quase sempre, a prática de sistemas diferenciados para diferentes clientelas, ao mesmo tempo em que  são soluções que se compatibilizam muito bem com as propostas de retração dos gastos sociais” (Magajewski, F. L. Hegemonização do discurso neoliberal no setor saúde em Santa Catarina: aproximações ao papel da imprensa como ator. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“O conceito de Reforma Sanitária refere-se a um processo de transformação de norma legal e do aparelho institucional que regulamenta e se responsabiliza pela proteção a saúde dos cidadãos e corresponde a um efetivo deslocamento do poder político em direção às camadas populares, cuja expressão material se concretiza na busca do direito universal à saúde e na criação de um sistema único de serviços sob a égide do Estado” (Magajewski, F. L. Hegemonização do discurso neoliberal no setor saúde em Santa Catarina: aproximações ao papel da imprensa como ator. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Entender e incluir comunicação como parte estratégica do projeto institucional e administrativo de uma organização depende, em primeiro lugar, de uma decisão política de seus dirigentes” (Weber, M. H. Comunicação: Estratégia vital para a saúde. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“A partir da década de 70 o campo da administração sanitária passa a incorporar inovações como o “ajuste da linguagem” à “população-alvo” uma forma de conferir mais eficácia aos procedimentos de transferência de informações a indivíduos ou grupos sociais. Objetivo: “modificar o comportamento individual e da comunidade no sentido de adotarem hábitos e práticas que assegurem a promoção e a manutenção da saúde” (Pita, A. M. R. Interrogando os campos da saúde e da comunicação: notas para o debate. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Assim, se a epidemiologia oferece dados, a partir dos quais se constroem normas, prioridades, metas e hipóteses inferenciais para a definição do “eixo” das mensagens e dos grupos sociais a serem “atingidos”, as ciências sociais e da comunicação passam a se encarregar do desenho de traços culturais – comportamento, hábitos -, tomados como matéria prima para a definição de linguagens utilizadas nas mensagens massivas e no trabalho educativo face-a-face” ((Pita, A. M. R. Interrogando os campos da saúde e da comunicação: notas para o debate. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“É Goldberg que nos chama a atenção sobre o risco deste processo de indiferenciação e artificialização, que acontece ao se ignorar a existência d relações sociais, nas quais os comportamentos, as representações, os saberes e os modos de vida são concretamente produzidos. (...) Da mesma forma, o autor chama a atenção para o fato de que os fatores de risco, tomados como fenômenos isolados e independentes uns dos outros, acabam gerando ações pontuais “fator por fator”. Uma “disjunção”, como sugere, que “isola os objetos não somente uns dos outros, mas também do seu ambiente e do seu observador”, desconsiderando inter-relações – o que pode, segundo o autor, explicar o fracasso de um grande número de programas preventivos” ((Pita, A. M. R. Interrogando os campos da saúde e da comunicação: notas para o debate. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

”O sentido dos discursos e as práticas sociais seriam, desta forma, construídos “em situação”, não existindo possibilidade de transposição ou transferência” ((Pita, A. M. R. Interrogando os campos da saúde e da comunicação: notas para o debate. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“A invisibilidade pública das pautas e decisões dos conselhos de saúde é apontada como um dos seus problemas centrais. Em sua maioria, os conselhos não desenvolvem estratégias de comunicação, perdendo assim a possibilidade de exercer o papel de “caixa de ressonância” das demandas sociais em seu espaço de atuação política: uma questão intimamente associada às restrições do exercício do direito à comunicação no País, dado o grau de monopolização e privatização dos meios de comunicação de massas” ((Pita, A. M. R. Interrogando os campos da saúde e da comunicação: notas para o debate. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Em outras palavras: a saúde dispõe, ao longo da história, de uma tradição pela qual suas práticas e políticas específicas estão sempre mescladas ou perpassadas pela contribuição comunicativa. Há, no campo da saúde, esforços e iniciativas voltadas para a produção de reflexões sobre o campo da comunicação, mediante a produção de mapeamentos de documentação produzida ao longo dos anos e identificação de matrizes comunicacionais que subsidiam as práticas” (Neto, A. F. Percepções acerca dos campos da saúde e da comunicação. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Ao lado do funcionamento das chamadas “assessorias de relações públicas e/ou de comunicação social” – responsáveis pela criação de “imagens favoráveis às decisões macropolíticas de Estados -, temos também o processo de institucionalização e de tessitura de políticas de comunicação, voltadas para o estabelecimento de novas relações entre as instituições encarregadas destas políticas e seus diferentes usuários” (Neto, A. F. Percepções acerca dos campos da saúde e da comunicação. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Apontar para um certo consenso: o reconhecimento da comunicação como um parceiro estratégico, seja na constituição do campo, seja no fomento de ações e de políticas” (Neto, A. F. Percepções acerca dos campos da saúde e da comunicação. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Também a intensidade com que se denuncia o formato das chamadas assessorias de comunicação e o aparentemente desengajamento dos seus funcionários (jornalistas, publicitários, planejadores etc) deve ultrapassar esta dimensão, pois entende-se que, ao lado do diagnostico do problema, são muito tímidas as tentativas de se desenhar novos formatos destes serviços, inclusive a capacitação dos seus quadros segundo novas configurações” (Neto, A. F. Percepções acerca dos campos da saúde e da comunicação. In: Pitta, A. M. R. Saúde & Comunicação visibilidades e silêncios. São Paulo: Hucitec Abrasco, 1995).

“Dodd desenvolveu um modelo para o estudo dos passos sucessivos do processo, pelo qual se espera que os receptores originais da mensagem transmitida em massa, ou os “conhecedores”, transmitam aos outros, os quais em troca se tornem “conhecedores” e contem para outros ainda, e assim por diante. De importância central são os estudos conduzidos por Lazarsfeld, que caracterizam o fluxo de influencia (no comportamento eleitoral, no consumo, na seleção de programas cinematográficos e similares) através da estrutura social, na qual o receptor está mergulhado. Katz, por exemplo, fala de “totalidade de indivíduos interconectados, através dos quais a comunicação de massa é canalizada, repondo assim a imagem tradicional da audiência como “uma massa de indivíduos desconectados, ligados aos media, mas não entre si. Esses estudos investigaram um “fluxo de influencias em duas escalas”, do comunicador de massa ao “líder de opinião” e deste para os outros membros do grupo. Merton elaborou sua noção de líderes de opinião como receptores comparando a exposição dos mass-media dos indivíduos “influenciantes locais”, que não o centro de relações primário-grupais dentro da comunidade, e os “inlfuenciantes cosmpolitas”” (Riley Jr., J.W; Riley, M.W. A comunicação de massa social e o sistema social. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“A nova orientação, que com certeza foi até agora formulada diversamente, pode talvez ser descrita de uma maneira confessadamente simplificada, como um afastamento do conceito de “efeito hipodérmico”, no sentido de um enfoque que pode ser chamado “situacional”, “fenomênico” ou “funcional”” (Klapper, J. T. Os efeitos da comunicação de massa. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“A comunicação de massa geralmente não atua como uma causa necessária e suficiente dos efeitos de audiência, mas sim funciona entre e através um nexo de fatores e influencias mediadoras” (Klapper, J. T. Os efeitos da comunicação de massa. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“Na medida em que os meios de comunicação têm exercido uma influencia sobre seus públicos, este fato deve-se não apenas ao que é expresso, mas sobretudo ao que não é expresso nem dito de forma explícita.  Os meios de comunicação, além de reiterar a ordem vigente, recusam-se a levantar as questões essenciais no tocante à estrutura social. Assim, enfatizando o conformismo e oferecendo bases restritas a uma avaliação crítica da sociedade, esses meios, sob patrocínio comercial, restringem, indireta mas efetivamente, o desenvolvimento obrigatório de uma concessão genuinamente crítica” (Lazarsfeld, P.F; Merton, R. K. Comunicação de massa, gosto popular e ação social organizada. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“As ideias de ordem que ela inculca são sempre as do status-quo . Elas são aceitas sem objeção, sem analise, renunciando à dialética, mesmo quando elas não pertencem substancialmente a nenhum daqueles que estão sob a sua influência. O imperativo categórico da indústria cultural, diversamente do de Kant, nada tem em comum com a liberdade” (Adorno, T. W. A indústria cultural. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“Ela impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente. Mas estes constituem, contudo, a condição prévia de uma sociedade democrática, que não se poderia salvaguardar e desabrochar senão através de homens não tutelados” (Adorno, T. W. A indústria cultural. Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).

“O ecumenismo de McLuhan, anunciado na sua antecipação de um mundo tornado comunitário pela ação instantânea e onipresente dos meios de comunicação eletrônicos, tem o seu fascínio último no fato de ser controlável” (Cohn, G. O meio é a mensagem: análise de McLuhan. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).
“O grupo de referência não é necessariamente aquele do qual o indivíduo é membro formal. É o grupo com o qual ele se identifica, aquele cujas normas fornecem o quadro de referência para avaliação de ideias e a tomada de decisões. Do ponto de vista motivacional, o grupo de referência fornece apoio social à pessoa, e, do ponto de vista cognitivo, ele satisfaz às suas necessidades de apreciação de objetos e de estrutura mental” (Katz, D. Formação de atitude e opinião pública. In: Cohn, G. Comunicação e indústria cultural: leituras de análise dos meios de comunicação na sociedade contemporânea e das manifestações de opinião públicas, propaganda e cultura de massa nessa sociedade. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1977).
“Deve-se, portanto, estudar as práticas cotidianas dos usuários segundo uma lógica de produção ou apropriação e não mais segundo uma lógica de reprodução” (Mattelart, A. Comunicação-mundo: história das ideias e das estratégias. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994).
“O ato social consiste em “ler” as ações e intenções do outro e em responder de modo apropriado. Assim sendo, os signos usados devem possuir um significado compartilhado pelos indivíduos na sociedade, como um símbolo significante, que são fundadas a partir de sentidos compartilhados, ou seja, sob a forma de compreensões e expectativas comuns mediadas por signos lingüísticos” (Oliveira, V. C. Comunicação, mediação e vinculação social. Texto inédito. Fev/2011).
“Imaginemos uma sala – metáfora apropriada e adaptada de Gonçalves (1996) a respeito da cultura, que por sua vez inspirou-se em Kenneth Burke -, onde muitos já conversam quando entramos” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).


“Um dos riscos que corremos sempre, quando trabalhamos com uma perspectiva conflitual da sociedade, é considerar que forças centrípetas e centrífugas caracterizam-se claramente como opostas e antagônicas. Seria um grande engano dicotomizar assim a prática social e a luta por hegemonia, Nem as práticas sociais são isentas de contradições, nem os discursos são os espaços fechados. Inversamente, são porosos, em permanente processo de reconfiguração, num movimento afetado por tensões, acordos, rupturas, mediações de toda ordem, entre outras, da ordem tecnológica, das relações, das competências, das discursividades e dos sistemas de nomeações, das normas e convenções e dos interesses (Araújo, 2002a)” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).

“Podemos mesmo afirmar que as redes também são potencialmente lugar de mudanças, mas certamente estas não se dão automaticamente, só por se estar em rede” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).

”As relações em redes virtuais estão dadas e demarcadas pelas que ocorrem nos territórios concretos” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).

“Podemos dizer que, muito mais que buscar ou aperfeiçoar modos de transferência de conhecimentos e ao contrário do que centrar os esforços na busca de estratégias de convencimento e persuasão quanto a comportamentos e atitudes a serem adotados, o campo da comunicação pode e deve contribuir para a produção  de um novo conhecimento, mais contemporâneo, sobre os processos e as práticas sociais de produção e circulação dos sentidos da saúde e as formas de apropriação das políticas publicas pela população” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).

“O conceito de lugar de interlocução pode ser de valia para o planejamento, porque referencia posições que não só refletem relações de poder, mas que moveis, sujeitas a lutas e negociações” (Araujo, I. S. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2007).

Referência bibliográfica:

1-      Kosik, K. Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969
2-       
3-      Spink, M. J. (org.). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2004.
4-      Thompson, J. B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. Tradução de Wagner de Oliveira Brandão; revisão da tradução: Leonardo Avritzer. 11.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.